terça-feira, 1 de março de 2011

Pontos de Vista

Um funcionário do Banco Central do Brasil resolveu, num belo dia, inventar um novo esporte nas ruas de Porto Alegre: o bolichiclista, que a mistura de boliche e ciclista. Passou com seu carro por cima de ciclistas que, supostamente, tentaram lhe agredir.
Vamos agora, voltar uma casinha nesta história. E se você estivesse em seu carro, juntamente com seu filho, sendo ameaçado por um grupo de ciclistas raivosos? Desesperado, tentando salvar a vida de seu primogênito, você não tomaria qualquer atitude, inclusive, a de tocar o carro em cima da multidão raivosa sobre duas rodas, devido ao inegável grito do extinto paternal e, porque não, seu próprio extinto de sobrevivência?
E indo ainda mais longe. Porque a multidão tentaria o linxamento de um ser humano? Gratuitamente? Dúvido muito, uma vez que, pelo que pude apurar, os atropelados eram, na maioria, aparentemente, pessoas esclarecidas, de classes superiores. E como é de conhecimento geral, estas classes, no Brasil, nunca foram adeptas da justiça com as próprias mãos. Preferem pagar a alguém para que este faça o trabalho sujo. O que portanto expõe, claramente, que o que fez com que os ciclistas de classe média-alta se exaltassem ao ponto de tentar linxar alguém foi algo extremamente grave. Grave demais eu diria.
Doze ciclistas de classe média-alta foram atropelados em Porto Alegre. Fato injustificável! Protestos por todos os cantos. Fúria na imprensa, na população e nas redes sociais.
Mas queria fazer apenas uma pergunta: e porque ninguém fala mais dos jovens de classe média-alta que queimaram o índio Galdino em 1997, e que foram soltos em 2004, apenas três anos após terem sido condenados a catorze anos de prisão?
Dois comentários apenas: eles eram de famílias de classe média-alta de Brasília, e todos possuíam bicicletas.
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