quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mário Fernandes

Antes que me perguntem o que eu acho, já vou dizendo: Acho que o Mário Fernandes fez um baita negócio não indo para a seleção brasileira! Não falo como gremista. Falo como alguém que gosta de futebol. E convenhamos, há tempos a seleção brasileira não sabe o que é jogar futebol.

Vamos analisar friamente a decisão do guri: "- Bah, tenho que pegar um vôo as 5h, portanto tenho que estar lá as 4h. Para tanto, tenho que acordar umas 3h, se eu for um cara rápido e se minhas coisas já estiverem arrumadas. Acabei de chegar de Florianópolis e são 23h30. E para que eu tenho que ir mesmo? Ah sim, jogo da seleção. Um jogo que, possivelmente, vou até lá só para assistir, já que o técnico cabeça dura julga melhor improvisar um volante na lateral ao invés de colocar alguém de ofício no setor. Além disso, são 4h de uma longa viagem... Fora que, contando os deslocamentos e o dia do jogo da seleção, não treino essa semana, nem lá, nem aqui...".  

Sério, alguém em sã consciência iria para essa convocação? Só se tu for muito puxa-saco ou muito cagão, o que, convenhamos, Mário já demonstrou que não é.

Daí fica essa imprensa mala falando que o guri jogou a carreira no lixo, que nunca mais será convocado, que desrespeitou a seleção... Peraê! Só um pouquinho! Essa seleção é a coisa mais mercenarizada da história do futebol, a mercê da corja da CBF/Globo/Nike, representadas pelo mais espúria de todos, Sr. Ricardo Teixeira. Então, não me venham com esse discursinho mole de Galvão Bueno, de amor incondicional a esta seleção, pátria de chuteiras e o escambau, que comigo não cola. Não vejo como ir pegar um banco do tal de Danilo pode valorizar quem quer que seja!

O guri se valoriza fácil jogando essa bola que tem mostrado nos últimos tempos. E outra: Se continuar nesse ritmo, a recondução dele para a seleção, na vaga de titular, será uma questão de tempo.

Que o cara dá mostras que as vezes não bate bem da cachola, isso é fato. Mas daí, a chamar o cara de um louco passível de internação com camisa de força só porque deu de ombros para a selenike? Acho que loucos são estes que ficam enchendo o saco com esse patriotismo da época da ditadura.

Qualquer funcionário deve priorizar sua empresa em detrimento a qualquer coisa, afinal de contas, quem paga o salário? Quem fornece as condições para atingimento da excelência profissional? Hoje em dia, nada mais é no amor, muito menos essa seleção vergonhosa. Ela é um case de marketing ambulante, onde todos visam o lucro. Ninguém mais está por defender as cores de sua pátria pelo amor à camiseta. Os que vão, querem promoção para conseguir valorizar o passe, focando uma posterior negociação. Portanto, a maior obrigação do atleta, atualmente, é com quem paga seu salário, que são os clubes.

Por isso tudo, reitero que o que Mário Fernandes fez é o que muitos gostariam de fazer mas tem medo ou vergonha. Mário se encaminha para tornar-se um símbolo de que apesar de todo o poder que tem, a CBF/Globo/Nike ainda não podem mandar nos pensamentos das pessoas. Viva Mário Fernandes, o Dom Quixote sumido dos tempos atuais!

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