quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Protógenes e Ted não são amigos...

Soube, ainda ontem, que o Deputado Protógenes Queiroz indignou-se com a temática do filme "TED", que trata da história de um urso de pelúcia que, após ganhar vida, passa a ter um comportamento próximo ao dos piores tipos de humano existente: drogado, chato e vagabundo.

Bem, não vi o filme. Mas gosto da ideia de transformar este personagem "bobalhão", que fez parte da infância de grande parte das pessoas que hoje circundam a casa dos trinta anos, em um personagem humanizado, com emoções e todas as coisas ruins inerentes aos seres humanos, porém, sem algumas limitações recorrentes, que só um projeto de animação é capaz de superar.

Acho que o sr. Protógenes deveria se preocupar com outras questões, como por exemplo, desvios de verbas públicas, os altos salários e ajudas de custos dos deputados e senadores, e não com uma tentativa quase "Maoísta" de barrar uma manifestação artística válida, e garantida, inclusive, pela Constituição Federal.

Vale o mesmo para o juiz que, sob uma alegação bastante questionável, decretou a prisão do Diretor do Google no Brasil e, não satisfeito com isso, ainda determinou a retirada do Youtube do ar.

É o velho problema de sempre. A mania brasileira de "tapar o sol com a peneira". Se o país não é competente em educar e punir o povo de maneira correta e precisa, conforme a legislação prega, toma-se um atalho, perigoso, não para combater a doença, e sim, atacar os sintomas decorrentes dela.

Não é punindo o Google, ou tirando o filme "Ted" de cartaz, que o Brasil se tornará um país melhor. Este país só será melhor com um povo capaz de pensar por conta própria. Com capacidade intelectual de efetuar análises, com relação ao que deve ou não consumir.

Os governantes, para não ter de oferecer subsídios ao povo para que pense por si mesmo (pois um povo que pensa, talvez não votasse em nenhum destes que estão aí), assume este papel e, através de uma "pseudoditadura", quer nos fazer acreditar em falácias, tais como esta que o sr. Protógenes clama, que o filme faz apologia às drogas e a vagabundagem.

Quero lembrar a este deputado que, tanto a cracolândia como o tráfico nos morros cariocas, se não me engano, são anteriores ao filme. Então, porque existem, nobre deputado? O filme é deste ano! O que, anteriormente, o senhor considera como o principal causador destes dois exemplos que expus?

Seriam as músicas de Chico Buarque? Ou então os filmes de Glauber Rocha???

E só mais uma coisa que gostaria de colocar ao nobre Deputado: A classificação indicativa do filme, se não me engano, é dezesseis anos. O que fazia seu filho de ONZE anos, assistindo este filme? O senhor não reparou que ele não deveria estar ali?

Caso o querido deputado não saiba, esclareço que àquela classificação tem uma razão para existir. Não está ali como adorno ou item decorativo. Foi feita para que os pais não permitam que seus filhos o assistam, uma vez que foi classificado desta forma. Não trata-se de um enfeite. Já os deputados...

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