sábado, 8 de novembro de 2014

Os seres humanos em geral tem dificuldades para compreender as tão famigeradas "indiretas". Seja em qualquer âmbito de sua vida, uma indireta, invariavelmente, terá dificuldades em atingir seu interlocutor, uma vez que temos nossa própria visão sobre o que somos nos dificulta a acreditar que alguém possa ter uma imagem diferente nossa.
Os seres humanos - apesar de não gostar - precisam de mensagens claras e diretas. Elas precisam dos detalhes mínimos, das informações corretas e direcionadas, pois interpretação é igual a gosto: cada um tem a sua. Dizem os especialistas que uma mensagem não captada, ou captada de forma equivocada pelo interlocutor, é muito mais responsabilidade do emissor da mensagem, que possivelmente não foi suficientemente claro na emissão da mensagem.
As empresas tendem a não entender indiretas. Um alto índice de turn-over, ou uma avaliação ruim emanada de pesquisas de clima e feedbacks são capazes de por em parafuso os gestores, que por sua vez, ao invés de pensar na sua parcela de responsabilidade no descontentamento dos colaboradores e trabalhar para identificar suas deficiências e corrigí-las, adotam a velha postura "eles nunca estão contentes", ou pior, ignoram solenemente os resultados de tais pesquisas, desconfiando de sua efetividade e diminuindo os resultados negativos.
As corporações precisam sair do século passado com urgência! Atualmente, funcionários qualificados escolhem sim onde querem trabalhar, e não mais o contrário, como era antigamente. Funcionário descontente e possuidor de atributos que o mercado anseia estão no topo da cadeia empresarial e precisa fazer uso disso em seu benefício.
Alguns gestores tendem a rotular estes profissionais como "mercenários" e outros adjetivos ainda mais pejorativos, sob a falácia de que estes deveriam "vestir a camisa da empresa" e ser gratos por tudo que lhes foi oportunizado, porém esquecem-se que, se este mesmo colaborador se tornar inútil ou obsoleto, será sumariamente desligado do quadro funcional, sem pena, sem remorso. Porque nós, profissionais, temos que nos apegar a este tipo de pensamento retrógrado e ultrapassado?
O que mais vemos hoje em dia, são empresas que não valorizam seus profissionais durante o período em que ele esteve engajado com o projeto, entrar em parafuso quando estes informam que receberam uma oportunidade melhor em outro lugar. Oferecem "mundos e fundos": promoções, aumentos de salário, premiações, e outros mimos que, até aquele momento, não tinham sido nem cogitados. Agem de forma reativa quando, normalmente, já é tarde demais.
O que quero dizer com tudo isso é: as empresas precisam parar de culpar somente os seus profissioanais por seu turn-over. As empresas são tão - ou mais - responsáveis pelo descomprometimento de seus colaboradores, ao agirem com desdém aos alertas que os funcionários insistem em emitir.as informações estão aí, senhores. Façam algo de útil com ela!
 
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PS: Após mais uma eleição presidencial, o que posso dizer aos "gestores do país" é que, apesar da vitória, há um feedback embutido no resultado. É bom vocês ficarem atentos a isso e compreenderem que se pode tirar algumas lições disto, sob pena de serem expuragdos do poder da próxima vez.

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