Os
seres humanos em geral tem dificuldades para compreender as tão
famigeradas "indiretas". Seja em qualquer âmbito de sua vida, uma
indireta, invariavelmente, terá dificuldades
em atingir seu interlocutor, uma vez que temos nossa própria visão
sobre o que somos nos dificulta a acreditar que alguém possa ter uma
imagem diferente nossa.
Os
seres humanos - apesar de não gostar - precisam de mensagens claras e
diretas. Elas precisam dos detalhes mínimos, das informações corretas e
direcionadas, pois interpretação
é igual a gosto: cada um tem a sua. Dizem os especialistas que uma
mensagem não captada, ou captada de forma equivocada pelo interlocutor, é
muito mais responsabilidade do emissor da mensagem, que possivelmente
não foi suficientemente claro na emissão da mensagem.
As
empresas tendem a não entender indiretas. Um alto índice de turn-over,
ou uma avaliação ruim emanada de pesquisas de clima e feedbacks são
capazes de por em parafuso os
gestores, que por sua vez, ao invés de pensar na sua parcela de
responsabilidade no descontentamento dos colaboradores e trabalhar para
identificar suas deficiências e corrigí-las, adotam a velha postura
"eles nunca estão contentes", ou pior, ignoram solenemente
os resultados de tais pesquisas, desconfiando de sua efetividade e
diminuindo os resultados negativos.
As
corporações precisam sair do século passado com urgência! Atualmente,
funcionários qualificados escolhem sim onde querem trabalhar, e não mais
o contrário, como era antigamente.
Funcionário descontente e possuidor de atributos que o mercado anseia
estão no topo da cadeia empresarial e precisa fazer uso disso em seu
benefício.
Alguns
gestores tendem a rotular estes profissionais como "mercenários" e
outros adjetivos ainda mais pejorativos, sob a falácia de que estes
deveriam "vestir a camisa da empresa"
e ser gratos por tudo que lhes foi oportunizado, porém esquecem-se que,
se este mesmo colaborador se tornar inútil ou obsoleto, será
sumariamente desligado do quadro funcional, sem pena, sem remorso.
Porque nós, profissionais, temos que nos apegar a este tipo
de pensamento retrógrado e ultrapassado?
O
que mais vemos hoje em dia, são empresas que não valorizam seus
profissionais durante o período em que ele esteve engajado com o
projeto, entrar em parafuso quando estes
informam que receberam uma oportunidade melhor em outro lugar. Oferecem
"mundos e fundos": promoções, aumentos de salário, premiações, e outros
mimos que, até aquele momento, não tinham sido nem cogitados. Agem de
forma reativa quando, normalmente, já é tarde
demais.
O
que quero dizer com tudo isso é: as empresas precisam parar de culpar
somente os seus profissioanais por seu turn-over. As empresas são tão -
ou mais - responsáveis pelo
descomprometimento de seus colaboradores, ao agirem com desdém aos
alertas que os funcionários insistem em emitir.as informações estão aí,
senhores. Façam algo de útil com ela!
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PS:
Após mais uma eleição presidencial, o que posso dizer aos "gestores do
país" é que, apesar da vitória, há um feedback embutido no resultado. É
bom vocês ficarem atentos
a isso e compreenderem que se pode tirar algumas lições disto, sob pena
de serem expuragdos do poder da próxima vez.
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