terça-feira, 30 de junho de 2015

Os Intocáveis

Este ano, nos campeonatos nacionais, estamos diante de um cenário insólito: a tal tolerância zero dos árbitros contra jogadores e treinadores 'reclamões', que rodada após rodada, promovem um festival de bestialidade e incoerências, no já bagunçado futebol tupiniquim.

Não que eu seja a favor de destemperos por parte de técnicos e jogadores, afinal, sabemos que a maioria das pressões destes personagens são infundadas e não tem qualquer justificativa e, por vezes, extrapola - e muito - o limite do aceitável. Entretanto, essas novas diretrizes dos comandantes do futebol brasileiro soam como uma espécie de 'medida protetiva de urgência', uma vez que o nível técnico das arbitragens cai vertiginosamente e, cada vez mais, suas falhas têm impactado diretamente em resultados de partidas e campeonatos, gerando o aumento do descontentamento geral.

É muito mais fácil à Comissão de Arbitragem coibir as reclamações, mesmo que fundamentadas, do que melhorar o nível das arbitragens. Investir em formação e tecnologia para melhorar a arbitragem é mais caro que comprar mais uns kits de cartões amarelos e vermelhos, para serem distribuídos por pessoas despreparadas que os utilizam como se fossem seus escudos, os protegendo das patuscadas que eles mesmos provocaram. É uma medida que coroa a incompetência e a covardia.

Mas sabemos que no Brasil o futebol não é apenas o futebol. É essa máquina de arbitrariedades, corrupção e práticas espúrias que alimentam clãs inteiros e tornam ricos aqueles que decidem “jogar” o verdadeiro jogo. Arrumar a casa diminuiria sensivelmente a margem para manobras das pessoas que decidem as coisas. Ou, como diz um amigo meu, vocês realmente acreditam que no futebol, com tanta grana envolvida, são somente 22 cabeças de bagre que decidem as coisas, correndo atrás de uma bola dentro do campo?

Não sejam tão ingênuos...

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