quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Fim de ano e as lembranças

Tenho andado meio afastado do blog esse ano, mais do que o normal, até. Mas vamos combinar que o ano de 2016 foi um ano "movimentado" demais para o meu gosto. Tanta coisa aconteceu... Coisas boas, coisas ruins - talvez mais ruins que boas - inclusive.

E como é sabido pelos assíduos (2) leitores desta página, os finais de ano têm um efeito negativo sobre mim. Fico nostálgico, pensativo, introspectivo. Nunca consegui mapear as causas dessa sensação de solidão que me acomete quando dezembro surge nas páginas do desgastado calendário.

Se bem que é provável que isso seja algum resquício de minha infância. Os meus finais de ano, historicamente, foram palco de bizarrices e outras coisas que, talvez, tenham marcado meu subconsciente de forma eterna.

Exemplificando, posso lhes contar sobre o natal de 1986. Família reunida, preparativos sendo realizados até que - e eu nunca soube como -, uma mesa caiu sobre a minha cabeça. Foi aquela correria para o hospital. Sangue por todo o lado e minha mãe (grávida) desesperada. Em resumo, não houve muito clima para comemoração naquele ano.

Em outras duas oportunidades, em anos novos posteriores, levei duas rolhadas de espumante na cabeça. Apesar de não se tratar de um episódio tão grave quanto o da mesa, ainda assim, as memórias dos incidentes não se apagaram de minha mente.

Depois, já na adolescência, em um natal, tive uma grande briga com uma ex-namorada, por motivos que talvez não caibam citar (vai que ela resolve ler e me processar?). Não preciso nem dizer que "enchi o rabo" de espumante por conta disso e meu natal foi uma bosta. O namoro ainda perdurou mais uns 2 meses, mas como já era previsto, estava fadado ao fracasso.

Eu poderia resgatar mais algumas outras lembranças de péssimos finais de ano que tive, mas, na verdade, enquanto escrevo esse texto, minha mente insiste em me levar ao ano de 1989, ou, como costumo pensar nele, o último natal em que minha família inteira passou junta.

Passamos na casa do meu avô, no bairro IAPI. Meus Avós, meus pais, minha irmã ainda pequena, tios, tias, primos e primas reunidos, como nunca antes havia ocorrido, com direito a arroz de uvas passas e maionese de maçã (olha aí outra péssima lembrança!). Se minha memória não estiver me traindo, ainda guardo na retina as risadas daquela noite. Lembro da brincadeira de mímica, que era um clássico da família. Recordo claramente das piadas de salão (pregos Souza são infalíveis!). Lembro claramente de ter ganhado um revólver de espoleta, que não preciso nem dizer que foi uma péssima ideia, pois disparei a arma do lado do ouvido de uma prima minha, gerando alguns “problemas”. Lembro daquelas que, por conta do destino, não estão mais conosco: Sérgio, Vilson, Nabor.

Hoje, meu núcleo familiar diminuiu consideravelmente, por conta dessas coisas que a vida insiste em apresentar, e que nada podemos fazer a respeito para mudar. Mas esse ano, tenho a impressão de que as coisas serão melhores. Temos a Giovanna, a primeira criança na família em muitos anos. Teremos uma grande festa. Teremos risadas e alegria. Creio que, nesse ano, as coisas serão bem melhores, apesar de 2016 ter durado mais do que deveria.

 

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