segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Reflexão

A vida, pueril como é, não deveria ser levada de forma tão leviana por nós. A diferença entre vida e morte pode não ser maior que um milésimo de segundo, ou um milímetro de uma curva. Mas por que cargas d'água somos tão irresponsáveis ao vivê-la?

Hoje, soube que uma pessoa que conheci faleceu em um acidente de moto. Não era amigo, falara com ele algumas vezes nos corredores da empresa. Trivialidades, apenas. Mas não consigo não pensar como uma fração de segundos acabou com sua vida.

Foi ontem à noite, perto das 23h, ele perdeu o controle de sua moto em um viaduto. Talvez voltando para casa, talvez cantarolando uma canção. Quem sabe pensando nas reuniões agendadas para hoje no escritório, ou no carnaval que se aproxima. E um segundo, um mísero segundo, bastou para que nada disso mais importasse.

Será que ele tinha planos? Sonhos? E agora, que tudo isso virou pó, em uma curva, em um segundo? E você que está lendo isso, já parou para pensar que poderia ser você? Todos os teus sonhos postergados, projetos engavetados e desejos podem, simplesmente, desaparecer, em uma simples curva do caminho?

O universo, vez ou outra, manda sinais como este para refletirmos sobre como conduzimos nossas vidas. Invariavelmente, damos de ombro, fingindo que não é conosco, mesmo que a verdade esteja prostrada na nossa frente, de braços abertos. E, no fim, um maldito segundo, ou uma maldita curva, podem acabar com tudo. Se a vida é tão frágil, por que a tratamos de forma tão negligente?

 

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