quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Teoria do Caos

Uma das buscas que fazemos durante a vida se resume a encontrar uma "fórmula mágica", que traga equilíbrio em nossas relações humanas. Falo de todos os tipos de relações existentes, sejam relações de amizade, ou relações fraternais e, principalmente, relacionamentos amorosos.
Esses dias me peguei fazendo essa análise. Dentre as mais diversas e loucas teorias, algumas, particularmente, me chamaram a atenção. Notem, fiz um paralelo entre teorias utilizadas em outras áreas do conhecimento, com a intenção de tentar descobrir se alguma delas poderia ser aplicada no caso das relações humanas, no geral, difíceis e conturbadas.
A primeira que pensei foi retirada da "Teoria dos Jogos" da Administração de Empresas. A teoria do Ganha-Ganha, desenvolvida por Ronald Shapiro em seu livro "The Power of Nice", onde define que, para uma negociação de sucesso, ambos os lados devem sair vencedores.
Na minha percepção seria a mais adequada, porém, ela parte do pressuposto de que, se um dos lados for ingênuo, corre sério risco de perder mais do que ganhar, uma vez que cederá ao outro lado mais benefícios do que os concedidos a si. Todos sabem que sentimentos são difíceis de mensurar e que, é quase impossível que duas pessoas sintam exatamente a mesma coisa. Normalmente, quem ama mais, cederá mais terreno, o que mais cedo ou mais tarde acarretará em problemas nas relações. Portanto, concluo que esta teoria até pode ser usada, mas com certas cautelas.
Outra teoria que me ocorreu foi a clássica teoria economica do equilíbrio geral, onde existe a afirmacação de que existe um ponto onde a curva da oferta e demanda se encontram, o que caracterizaria o ponto de equilíbrio mais perfeito economicamente, trazendo maiores retornos aos envolvidos. Até aí, tudo bem. Mas, acho complicado conceituar o que seriam a oferta e a demanda dentro das relações. Um lado só ofertaria e o outro só demandaria? Teria de haver também um segundo equilíbrio para ambos sejam ofertadores e demandadores? Confesso que começo a achar um tanto complicado isso. Tenho sérias dúvidas da eficácia desse modelo.
Finalmente, temos o que sempre considero o melhor modelo de todos. A teoria do caos absoluto prega que existem tantos fatores passíveis de modificar um fato, e seu resultado é tão desconhecido que simplesmente é impossível tentar qualquer previsão de impacto ou correlação nos itens. É o desenrolar de uma cadeia de eventos sob os quais ninguém tem nenhum controle. Seríamos apenas passageiros de uma locomotiva sem freios chamada vida. Até existe Uma frase de Edward Lorenz que ficou famosa e que ilustra o exemplo: "O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque"
Confesso, adoro essa teoria! Ela exprime exatamente o que penso sobre as relações humanas. São tantos fatores, internos e externos, e dos quais não temos nenhum controle que, simplesmente, não há a menor possibilidade de que consigamos algum dia desenvolver o equilíbrio perfeito em nossas relações.
Duas pessoas diferentes, com jeitos diferentes, manias diferentes, pensamentos diferentes jamais conseguirão atingir o "ponto de equilíbrio perfeito"! Podem passar a vida tentando, ou se resignar diante dos fatos. Não importa. O fato aqui é que a Teoria do Caos impera, e não há nada que possamos fazer.
Bem, acho que decepcionei algumas pessoas que chegaram até esse ponto do texto. Elas pensaram que vindo até aqui encontrariam alguma resposta bonita e rápida para solução deste problema. Não amigos, eu não tenho respostas. Tenho apenas perguntas. Mas acreditem: fazer as perguntas certas é melhor do que ter as respostas erradas!
Também não desejo que ninguém, ao ler este post, ache que o mundo é uma droga completa e que nada tem mais jeito. Não seja derrotista! Viva o momento. As vezes é difícil, mas mesmo assim, sempre podem haver coisas boas, até mesmo quando nada te parece bom.
Enfim, cansei de escrever. Mando um VIVA à Teoria do Caos e um abraço para aqueles que chegaram até o fim deste texto com vida.

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