terça-feira, 5 de julho de 2011

Mediocridade

A mediocridade é inerente a grande parte dos seres humanos. Por natureza, o ser humano gosta da mediocridade, seja pelo simples fato de que assim não são criadas grandes expectativas sobre ela e, portanto, as cobranças e decepções são atenuadas, ou até mesmo para tentar causar comoção junto aos demais, sendo considerado o mais frágil e, por isso, passível de auxílio e socorro.
Como um professor da faculdade me disse certa vez, medíocre, nada mais é, que médio. Nem bom, nem ruim, nem mais, nem menos. É apenas aquele que não se sobressai, seja por suas características positivas ou negativas. Medíocre é a pessoa que passa incólume por toda sua vida. Sem correr riscos, sem errar, mas também, sem acertar.
Medíocre, para mim, é aquele que se entrega antes mesmo de lutar. É o time que entra precisando fazer três gols de diferença e, mesmo assim, faz o possível para segurar o empate, pois não quer levar mais gols. É o medianismo de dois salários mínimos por mês, mais benefícios. São aqueles que reclamam de tudo. Se faz frio, está frio demais, se estamos no verão, o calor se torna agrura.
Médios acreditam em pessoas, não em idéias estruturadas. Votam em branco na eleição, pois, segundo elas todos são iguais, e não há nada que elas possam fazer. Os medíocres não tentam melhorar. Se conformam com o que tem, e, pior, se conformam mais ainda com o que perderam, como se a perda fosse sempre natural, casual, fora do seu controle.
As coisas saem do controle as vezes. Mas só quem é muito medíocre fica parado vendo as coisas desmoronar a sua volta, sem esboçar nenhuma reação, envolto em um falso sentimento de fatalismo. Medíocres se casam, tem filhos, carro, cachorro, papagaio, sem nunca entender o real sentido disso tudo. Os medíocres nunca perguntam "Por que", pois tem medo de saber a resposta. Medíocres não precisam de respostas, muito menos de perguntas. Precisam apenas de um pouco de oxigênio e um lugar para se encostar.

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