segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Alma lavada e um dentuço magoado

Ontem, o que se viu no Estádio Olímpico foi um verdadeiro ritual. Uma mudança de era. Até ontem, parece que a dor e o sentimento de traição eram maiores que a alegria de torcer por nosso time.

Fomos humilhados, e por isso, sentimos uma mágoa do tamanho de 7 milhões de torcedores, que assim como eu, odiaram o R($)10 em 2001, mas que estavam prontos a esquecer o passado em 2011. Nos sentimos traídos. Nem Judas traiu Jesus duas vezes, Ronaldinho sim, traiu duas vezes o time que o acolheu. Acolheu sua família, pois seu pai foi funcionário do Grêmio. Assis, foi jogador do Grêmio.

Mas parece que nada disso importou. Parece que os A$$is Moreira não gostam de passado. Preferem contas bancárias gordas, mesmo que para isso, precisem usar o clube que sustentou sua família durante anos, para alavancar seus ganhos, em um leilão que o Sr. Odone jamais deveria ter concorrido.

Ontem, ouvir aquelas 40 mil vaias, durante quase 2 minutos, direcionadas a uma única pessoa, foi algo que jamais tinha visto em minha vida. Dentre tantos pioneirismos, a torcida do Grêmio mais uma vez foi a primeira a promover o "vaiaço". Ele ouviu, ele sentiu, tenho certeza disso.

Fico imaginando ele, após o jogo, sentado no vestiário dos visitantes, com um olhar perdido, meio zonzo pelas vaias, pensando em tudo que aconteceu. Lembrando que toda essa vaia, poderia ser aplauso, gritos de incentivo, cantos e trapos com o seu nome. Ele poderia ter tido tudo isso. E pensando nisso, ainda olhando para o nada, em meio aos seus pensamentos, uma única lágrima rolou.

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