Algumas vezes cantei por que estava feliz, outras porque estava triste. Mas, impreterivelmente, eu cantei.
Um dos motes principais da confraria que a Fernanda, o Bill e eu formamos era, dentre tantas outras coisas, sobre música. Claro, havia doses altas de álcool envolvido, mas cantávamos, mesmo sem saber cantar (o Bill e eu, no caso).
Falávamos sobre música. Discutíamos, defendiamos pontos de vista, opiniões. Música boa, música ruim, ecletismo (ou a falta dele). Falávamos tanto de Chico Buarque como de Luan e Vanessa, com o mesmo afínco. O importante era a música e a forma como nos unimos ao entorno dela.
Houve um tempo, em que a música "Miss You Love" do Silverchair era entoada sempre. Ela me dizia exatamente o que eu queria dizer. Pena que, tanto na vida como na música, as coisas podem ser interpretadas de maneiras diferentes. Se em algum momento, mais alguém tivesse se preocupado em interpretá-la de outra forma, lendo, com atenção a letra, as coisas poderiam ter seguido um curso diferente. Mas agora, isso não tem mais relevância, pois só restou a música.
Hoje, elenco milhares de músicas que podem contar um pouco sobre o momento. Não me sinto capaz de citar apenas uma. O que posso afirmar que estou em um dos melhores momentos de que me recordo. Não que tudo seja perfeito. Apenas sei que algumas decisões que tomei no decorrer da vida ganham sentido e trazem resultados bons hoje em dia.
Daí, me pego cantarolando Counting Crows... é, tem coisas que nunca mudam!
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