quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sou menos gremista?

Sou gremista, como quem já leu o blog deve ter constatado. Torço pelo Grêmio desde muito cedo, mesmo sendo, de certa forma, uma aberração, pois aqui no Rio Grande do Sul, os pais costumam ser intransigentes com relação à escolha do time pelos filhos, e meu pai é colorado.

Frequento o Estádio Olímpico desde, sei lá, meus sete anos de idade. Em alguns anos, ia a todos os jogos, em outros, ia apenas a alguns mais importantes. Já fui sócio, mas também já gastei incontáveis reais em ingressos e muito tempo em filas para compra da entrada para jogos importantes.

Não me considero mais gremista que ninguém por conta disso. E acho que não existe forma de medir esse tipo de coisa. Tu vais menos ao jogo, mas sofre horrores quando o Grêmio perde? Ou nunca vai aos jogos, seja porque mora longe, ou porque não tem grana, mas fica feliz em apenas vestir o manto tricolor para sair no final de semana? Como posso dizer que esse cara é menos gremista que eu?

E por estar a tanto tempo seguindo meu time, me interesso pelos diversos assuntos que o envolvem, não me atendo, exclusivamente, ao futebol. E o que tenho visto no "extracampo", nestes últimos dias, é de abismar até o mais indiferente torcedor tricolor.

Dois líderes históricos do tricolor, que já trabalharam muito pelo clube, agora trocam farpas e acusações, em uma clara tentativa de demonstrar qual deles é o "mais gremista" e, por isso, o mais apto a ser nosso novo presidente.

Fábio Koff, simplesmente, é o presidente campeão de duas Libertadores e um Mundial de Clubes, o presidente mais vitorioso que já tivemos nestes quase 110 anos de história. Já Odone, nos deu a primeira Copa do Brasil e, não bastasse isso, foi nosso presidente no que, possivelmente, tenha sido o pior ano de nossa história, em 2005, Rebaixado, sem time, sem um tostão e devendo "a alma", por conta da tragédia que foi a parceria com a "ISL". Arrumou a casa e nos levou, novamente, à final de Libertadores.

Respondam-me: como é que podemos partir de uma premissa ridícula destas, de "quem é mais gremista", ainda mais neste caso? Chega a soar como despautério proveniente do "lado de lá" do estado, sendo que, neste caso, não tem nada a ver com os "copiões de tudo". É fogo amigo, inimigo na trincheira, o que é inaceitável em um clube de futebol.

Será que candidatos a mandatários do nosso clube não percebem que, além de não ganhar nada concreto com isso (pelo menos, na minha leiga visão), prejudicam o Grêmio, atrapalhando nesse momento histórico, em que deixaremos nossa antiga e saudosa casa, em prol da Arena Multiuso, a mais moderna da América Latina, e uma das melhores do mundo.

Além disso, trocam acusações, dizendo que se "a" ganhar vai mandar o Luxa embora e trará Felipão, ou "b" pensa de maneira populista, visando apenas à manutenção de seus cargos legislativos. Convenhamos senhores! Quero lembrar-lhes, apenas, de uma questão imprescindível, mas que, por vezes, tenho a impressão que é esquecida: o Grêmio continuará aqui, os senhores não. O Grêmio é do torcedor, não de vocês. É dos caras "menos gremistas", que contam moedas para comprar um ingresso para o jogo, ou que parcelam uma camisa original, em 10 vezes no cartão, apenas para demonstrar a todos que o verem, o orgulho que ele carrega em torcer pelo time mais vitorioso do sul do País. Mesmo ele não sendo tão gremista assim, como os senhores julgam que são.

Suplico que os senhores, ao menos, não nos prejudiquem mais, nesta reta final de brasileirão, pois ainda temos uma clara chance de conquistar o certame nacional. Não estraguem tudo por conta do "gremismo exacerbado" que carregam consigo. Não me façam sentir menos gremista que os senhores. O Grêmio é feito de pessoas como eu. De simples gremistas, ou gremistas simples. Sem nós, vocês não fariam a menor diferença.

Um comentário:

Luigisp disse...

Concordo plenamente... ridículo o momento político do clube...

Abraço!