Onde está o equilíbrio?

Viver em absoluto marasmo, onde nada de novo acontece, e tudo é feito em uma rotina britânica, sem sobressaltos, sem desvios, deve ser uma chatice completa.
Ao mesmo tempo, viver a mil por hora, com novidades o tempo todo, sem nunca ter um porto seguro como ponto de referência, pode causar um vazio tão grande, que suportar talvez seja impossível.
Em equilíbrio, então, é a melhor forma de viver, correto? Seria, se este conceito não fosse tão vazio como o Centro numa tarde de domingo. Como sabemos onde está esse equilíbrio? Ter uma vida equilibrada, é ser uma pessoa equilibrada?
Porque questiono? Bem, sabemos que todas as nossas decisões seguem uma estrita relação de causa e efeito, que sempre nos alcança. Ora imediatamente, ora leva muito tempo, mas o fato é que sempre o bumerangue retorna às nossas mãos. Diante disso, como tomar decisões que coloquem a balança de nossas vidas no ponto correto?
É difícil determinar o resultado de nossas escolhas, principalmente quando o universo que é preciso analisar é toda a nossa vida. São infinitos fatores que influenciam os resultados, tornado tudo um enorme "efeito borboleta", sem a menor possibilidade de um relevante nível de acertos. Estamos a mercê das marés da vida, inevitavelmente.
O que quero dizer com tudo isso é muito simples: se não temos controle sobre nada, não podemos perder tempo preocupando-nos com isso! Não vai adiantar eu enlouquecer sem saber para onde vou, ou quais serão os resultados das minhas escolhas. É mais simples eu viver a vida, da maneira que for, do que passar o resto dela preocupando-me onde ela vai parar.
Tanto é verdade isso que estou falando que, qualquer um de nós, após traçar um planejamento estratégico para os próximos dez anos de vida, ao sair para almoçar, pode ser atropelado por um ônibus. Para vocês, isso faz algum sentido?
Viver é risco. Viver não é ciência exata, nem possui a formula mágica. Viver, é simplesmente, viver.