segunda-feira, 24 de junho de 2013

Revolução ou Evolução? (Revolução dos Vinte Centavos)

Honestamente? Acredito que minha opinião seja bem pouco relevante, num universo de tantas opiniões, sendo que a grande maioria delas são muito mais embasadas do que a minha, sei disso. Portanto, não leiam as linhas a seguir buscando uma fonte de saber, algo novo, ou mesmo uma teoria com ótimo embasamento téorico. Trata-se de opinião, pura e simples, daqueles que ouvimos nos ônibus, ou nas mesas dos bares da cidade.
Para transformar minhas ideias em teses que realmente valessem a pena ler, eu teria que despender horas, estudando a fundo um sem-número de fontes, das mais diversas correntes de pensamento, para servirem como égide de minha exposição. Não é o que busco aqui. Desejo apenas explanar, mesmo que de forma descompromissada, por vezes, alguns pensamentos que destoam dentro do pensamento linear de uma mente que não para de pensar.
O mundo tem acompanhado atônito neste último mês, um movimento popular tão grande, que fez o "País do Futebol", esquecer-se de sua principal fonte de alegrias. Percebem o que está acontecendo aqui? Passados sessenta anos desde a última competição mundial ocorrida nestas paragens, o assunto mais comentado em todos os cantos do Brasil veste as cores da bandeira, mas não insufla as massas através dos dribles desconcertantes e das jogadas mágicas.
Algo mudou. Não sei ao certo em que momento ocorreu tudo isso. No futuro, os livros de história, ao citarem o que está acontecendo, certamente lhe darão alguma alcunha do tipo "Revolta dos vinte centavos", ou "Revolta da Copa", sei lá.
Hoje, os que estão vivendo tudo isso, assim como eu, já nem querem saber dos tais vinte centavos, ou da Copa. Hoje, buscamos ser a voz que há anos esteve silenciosa, calada, como se os problemas do país tivessem desaparecido quando os caras pintadas "removeram" Collor do poder.
Coloco aspas pois, qualquer um que conheça minimamente a história sabe que o povo, normalmente, serve apenas como marcha de manobra dos que buscam o poder. Vimos isso em 1964, depois em 1992 e em alguns momentos menos marcantes da história da jovem pátria. Alguém sempre saiu lucrando quando as massas sairam às ruas protestando contra algo que acreditavam estar lhes prejudicando.
Hoje, porém, vejo os poderosos desconcertados, cada um correndo para um lado distinto. Comunistas acusando Extremistas, que por suas vez, acusam a Direita, que empurram para a Esquerda, que já não é mais esquerda. Meios de comunicação divididos entre o apoio e medo, por não saberem como devem agir, já que desta vez, o próprio povo levantou-se, sem qualquer "empurrãozinho" das, até então, donas da informação no Brasil.
O que vem a seguir? Difícil dizer. Pode ser que, passado o fervor inicial, o povo se acalme, os políticos idem, e tudo volte ao mesmo - ridículo - estado inicial.
Talvez os baderneiros vençam e o exército vá às ruas. Declarado estado de sítio, as liberdades individuais ficariam restritas e, por consequência, o Estado conseguiria acalmar os ânimos.
Mas o que eu gostaria, mesmo, seria que ocorresse uma profunda reforma, onde ficasse evidente aos que governam que, do contrário ao que é feito hoje, eles servem aos nossos interesses, e não nós aos deles.
Mas como seu disse no início, isso tudo não é tese, ou estudo. É apenas sentimento, de alguém que acredita que as coisas ainda podem dar certo, basta fazermos acontecer, seja protestando, seja votando certo. A mudança depende apenas de nós.

Um comentário:

Marcelo Carvalho disse...

Parabéns Saulo pelo texto, escreveu de maneira simples o meu, o seu e o de muitos: o desejo de mudança. Mas como somos ainda um país jovem no que tange a democracia não sabemos se desta vez o povo vai conseguir atingir seu objetivo ou se voltaremos a adormecer em berço esplêndido esperando que alguém mude tudo para nós.