sexta-feira, 14 de junho de 2013

Truculência brasileira

Tenho trinta anos, completados há pouco mais de um mês. Quando era estudante do ensino médio no Dom Diogo, há muitos anos, participei de alguns protestos, que não possuiam qualquer significado importante, pelo que me recordo.
Também, sou frequentador assíduo de estádio de futebol há,  pelo menos, vinte e dois anos. Vinte e um destes anos, no já saudoso Olímpico e, a partir deste ano, na nova casa "Arena do Grêmio".
Ambos os eventos acima descritos, assemelham-se devido o fato de serem movimentos populares, que mexem com a passionalidade de grandes massas de pessoas.
Onde existem multidões, com altas doses de adrenalina percorrendo o organismo, a possibilidade de uma simples fagulha se transformar em estopim responsável por uma verdadeira explosão, é muito grande.
Em ambas as situações que descrevi acima, tive a oportunidade de acompanhar cenas violentas de todas as ordens, e ocorridas pelos mais variados motivos.
Álcool, drogas, roubos ou divergências de pensamento estão entre as causas mais comuns nestas situações.
O que me surpreende -e me indigna- é a completa incapacidade dos entes públicos em lidar com estas manifestações populares.
Utilizando-me apenas de dois exemplos recentes, ocorridos nas últimas vinte e quatro horas: ontem, na Arena do Grêmio, ninguém me contou, eu mesmo vi, a Brigada Militar invadir a Geral e causar a maior confusão por lá. Não tinha nenhum tumulto ou confusão, apenas torcedores fazendo festa. Sei que a Geral já causou inúmeros problemas, não são santos. Mas sejamos justos: no jogo de ontem, a principal causa da rusga foi a truculência policial e ninguém mais.
Hoje, notícias vindas de São Paulo dão conta de que alguns jornalistas foram atingidos no rosto por balas de borracha,  disparadas pela ROTA.  Outros, foram presos sob a alegação de porte ilegal de 'vinagre' (???) pois, segundo a Polícia paulista, tal líquido poderia ser usado como combustível de coquetel molotóv.
Para conhecimento: o vinagre é uma das formas mais eficazes de combater os efeitos negativos do gás lacrimogêneo. Além disso, acredito que existam coisas muito mais inflamáveis e baratas que vinagre para criar um 'bom' molotóv.
Descrevi apenas estes dois exemplos, mais qualquer sujeito que acompanhe minimamente os noticiários e não é um alienado, percebe casos de abusos recorrentes, promovidos exatamente por quem tem a obrigação de proteger.
É uma vergonha a população sentir medo de sua polícia, já que não sabe mais se, quando vê um policial, não está correndo o risco de levar uma bala de borracha no meio da cara.

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