terça-feira, 13 de agosto de 2013

Em algum lugar, não muito longe daqui... (Parte XV)

Ao ouvir aquela súplica, Pedro ficou estático por um instante. Para onde levaria Ana àquela hora e desprovido de recursos? Pensou rápido e, como se tivesse sendo tomado por um rompante de audácia, maximizada pela excitação que tomava conta de seu corpo, apanhou-a pela mão e guiando-a, a passos apressados, seguiram pela Avenida Lima e Silva, em direção a Rua Luiz Afonso onde dobraram à esquerda e, posteriormente, à direita, já adentrando a Avenida João Pessoa.
Após caminharem algumas quadras, foram aproximando-se da pousada onde Pedro morava àquela época. Ao chegarem mais perto, a coragem dele, que antes era tão evidente, foi sendo substituída por uma espécie de temor, e se fossem pegos?
Ana, percebendo-se da diminuição do ímpeto dele ao chegarem em frente da pousada, deu um passo a mais, em seguida girando o corpo de frente para o de Pedro, beijando-o ardentemente mais uma vez, evidenciando todo o desejo que emanava de sua pele.
Ao ser beijado, qualquer resquício de medo desapareceu como que por um passe de mágica, enchendo-lhe de coragem, similar à de um espartano que prepara-se para a guerra contra os persas.
Abriu a porta da pousada com alguma dificuldade, devido a enorme quantidade de chaves que compunham o molho. Ao entrarem, com os braços de Ana envoltos em seu pescoço, riram de seu aparente atabalhoamento. Suas bocas pareciam imãs que não podiam se separar. As mãos de Pedro percorriam a cintura, a barriga e as costas dela com vigor e firmeza, porém, com uma gentileza diferente de tudo ao que ela estava acostumada.
Ao entrar pela porta, a Pousada possuía um pequeno hall, com um velho cabide de três pernas, onde repousava um único chapéu, cujo dono nunca retornou para busca-lo, atribuindo-lhe o aspecto de uma silhueta humana. Além disso, também havia uma luminária que, como era possível observar, tinha deixado no passado seus melhores momentos. Já em uma porta localizada à esquerda, havia uma pequena salinha com um sofá velho, uma poltrona e uma televisão. As paredes eram beges e estavam hediondamente ornadas por quadros cafonas com imagens de cavalos, desgastados pelo tempo de serviços prestados.
Avançado um pouco através do hall, era possível observar uma escada de madeira que levava até os quartos no andar superior e, no final do corredor, estava a cozinha, onde tinha alguns balcões, duas geladeiras antigas e uma grande mesa em madeira, de aspecto muito ultrapassado mas que, porém, mantinha a firmeza e a beleza, principalmente por seus acabamentos trabalhados nos pés.
Ao fechar a porta, olhou para os lados, a fim de certificar-se de que estavam a sós, realmente. Quando teve a certeza de que não tinham companhia, agarrou a parte traseira das coxas de Ana, puxando-a em direção à sua cintura, fazendo com que ela ficasse suspensa do chão, com as pernas entrelaçadas em suas costas. Enquanto ele mantinha as mãos em suas nádegas para segura-la, ela apertou ainda mais seus braços em volta de seu pescoço.
Carregando-a, dirigiu-se para a cozinha, de onde poderia ouvir algum barulho vindo da porta da frente.
(Continua...)

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