terça-feira, 22 de abril de 2014

Brilho eterno de uma mente sem lembranças...

"Quem vive de passado é museu!". Quem já não ouviu essa sentença pelo menos uma dúzia de vezes? As pessoas tem problemas em encarar o passado com um olhar menos crítico e mais romântico.

Porque o passado é tão ruim? Porque deve ser ignorado com toda essa ânsia, como se lá habitasse um monstro horrendo, que sempre tentamos exorcizar, mas que, invariavelmente, volta a morar debaixo de nossa cama, só para nos amedrontar?

Me recuso terminantemente a esquecer o passado por um simples fato: hoje, sou composto de tudo que fui e vivi no passado. Não teria nada, nem mesmo esse texto, se minha memória fosse simplesmente apagada, e o passado fosse banido para um limbo qualquer.

O que eu faria se esquece do primeiro beijo? Ou então, sonegasse da memória as inúmeras pessoas interessantes que conheci ao longo da vida? As coisas que aprendi - ou que não aprendi ainda -, que compõe toda essa carga tão complexa que é ser eu?

Quando falo em passado, não desejo que ninguém saia às ruas com calças boca de sino, sapato plataforma e um 'black power' maneiro, embora isso ainda seja moda para alguns. Não é correto habitar o seu próprio passado, relegando o presente e o futuro. Não se trata disso.

Apenas, deem a real importância para as coisas que ficaram para trás, mesmo que nosso impulso inicial seja renegá-las. Elas estão lá por algum motivo. Nem que seja "apenas" nos lembrar constantemente de quem somos e de onde viemos.

Isso não pode ser tão ruim como as pessoas insistem em dizer.

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