quarta-feira, 1 de abril de 2015

Frases Motivacionais... pfff!

Percorrendo as páginas de algumas redes sociais, sempre nos deparamos com mensagens edificantes, imagens cheias de simbolismo e frases de efeito que sempre parecem se encaixar perfeitamente ao momento difícil que estamos passando. Parece que essas frases e imagens tem um poder sobrenatural, nos dando ânimo e força para todas as batalhas que diariamente travamos, principalmente no mundo corporativo.

Confesso – para a tristeza de alguns – que quando leio coisas assim, sou tomado por um misto de ceticismo e incredulidade. Será que precisamos de tudo isso mesmo? E vou mais longe, será que nossos monstros são tão feios assim?

Para ambas as perguntas, na minha modestíssima opinião, a resposta é não. Não somos movidos por frases de para-choque de caminhão, tampouco por belas imagens trabalhadas no Photoshop. E a vida, tirando alguns casos específicos, não é tão complicada assim.

“Ah, tu fala isso por que não conhece meu chefe! Não tem os montes de relatórios que tenho para fazer, diariamente! Deve ganhar bem e não fazer nada! Não precisa pegar dois ônibus e não estuda à noite!”.

Para aumentar sua infelicidade, não se trata de nada disso. Tenho chefe, relatórios e, como todo ser humano, acho que ganho menos do que realmente valho, embora, diante da média geral, tenha um salário bastante razoável. Também já peguei muito ônibus e estudo continuamente desde que me conheço por gente, com raros hiatos. Ficar ventilando essas coisas não te faz melhor que ninguém, acredite.

Porém, diferentemente da maioria, não dramatizo muito as coisas. Percebo que as pessoas tem uma mania incompreensível de maximizar problemas, como se quisessem causar pena em alguém. Dizem que trabalham demais, estudam demais, fazem coisas demais, como se “seu fardo” fosse muito maior do que o das outras pessoas. Mas será que fazem tudo isso mesmo? E se fazem tanto, e isso incomoda e as tornam infelizes, porque continuam?

Simples! Por que o bicho não é tão feio assim! Tudo isso, nada mais é que a necessidade que as pessoas tem de tentar passar aos demais imagens distorcidas de sua realidade, como se isso fosse tornar sua tragédia particular menos pesada, uma vez que obrigaria as demais pessoas a compartilhar o quanto você está infeliz com tudo de ruim que lhe acontece.

Um exemplo clássico que ainda ocorre é ver gente surtada nos meses que antecedem a entrega do trabalho de conclusão da faculdade ou outros cursos. Durante minha graduação, ouvia constantemente sobre as sagas de alguns colegas que não dormiam, não comiam, não tinham vida social e estavam prestes a entrar em colapso por conta daquele desafio “instransponível” que era o TCC.

Gente, por favor! Não me façam sentir vergonha alheia! Sem qualquer modéstia, vou dizer como fiz o meu: durante o último semestre de faculdade, pensei sobre o que escreveria, criando um roteiro bem básico do que meu trabalho precisava ter. Ao iniciar o semestre, usei uma semana para pesquisar quais livros utilizaria para o trabalho e, por fim, escrevi durante quatro finais de semana, não mais que seis horas por dia. Não abri mão de nada. Sai para jantar, fui aos jogos do Grêmio, assisti TV. E só para constar, tirei dez na banca, o que desmonta o argumento que o trabalho talvez não tenha sido tão bom.

A vida empresarial não é diferente. Façam menos drama e sejam mais objetivos. Não é receita de bolo, e sim, experiência prática. Não são frases motivacionais jogadas ao vento que te farão ser melhores ou piores. Façam o que precisa ser feito e fim de papo. Vocês não trabalham mais ou menos, nem são melhores ou piores que ninguém. Menos “mimimi” e mais objetividade. As coisas são simples, portanto, não complique o que não é complicado.

 

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