segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A Arbitragem Brasileira e a Falácia do "Choro de Perdedor"

Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que o São Paulo jogou melhor que o Grêmio. Marcou melhor, foi mais efetivo, e incisivo ao atacar. Em contrapartida, o Grêmio se arrastou em campo. Marcou mal e quase não chegou perto do gol dos paulistas, portanto, a vitória deles foi justa e irretocável. Ponto.

Agora, quero discorrer sobre a arbitragem, pois, divergindo um pouco de alguns que insistem que só se pode falar do juiz quando o time ganha, acredito que jogar mal e perder, não é impeditivo para uma análise sobre o que tem sido o calcanhar de Aquiles dos campeonatos no Brasil. Não somente a arbitragem de ontem, a qual utilizarei aqui apenas para fins exemplificativos neste texto, mas de forma mais abrangente. Toda a arbitragem do Brasil é sofrível. No nosso futebol, quando o árbitro não comete erros crassos, já é motivo para comemoração.

Para os "entendidos" da imprensa (e para não me chamarem de generalizador, vou citar alguns nomes: Wianey Carlet, Nando Gross, Fabiano Baldasso, Diori Vasconcelos, dentre outros), a arbitragem só muda o resultado de uma partida se deixa de marcar um pênalti claro ou erra na marcação de um impedimento onde o atacante está 2 metros atrás do defensor. Essa afirmação dos ditos especialistas só prova o quanto sabem de futebol, ou seja, coisa alguma.

Qualquer um que já pisou dentro de um campo, mesmo na várzea ou ginásio do colégio, sabe que um juiz ruim - ou mal-intencionado - pode acabar com uma partida de formas bem mais sutis e sórdidas, que jamais serão questionadas, ao contrário do que ocorreria em caso de pênaltis e impedimentos, pois são de difícil identificação por parte da maioria.

Para complicar o jogo a favor ou contra um dos times, o juiz pode trabalhar em outras frentes, como por exemplo, marcando pequenas faltas sorrateiras no meio-campo, apenas em favor de um dos lados, ou invertendo laterais, aplicando cartões e utilizando critérios distintos para os times dentro da partida. Quem já jogou bola sabe que isso vai irritando e desestabilizando o atleta, ocasionando desde erros primários de chutes e passes, por conta da irritação, e até mesmo à perda de controle do jogador, gerando cartões amarelos e expulsões arbitrárias.

Algum dos "sábios" citados anteriormente vai dizer que esse tipo de coisa não muda resultado de partidas. Rechaço completamente este tipo de afirmação tosca. Para exemplificar, no jogo de ontem, o tal Diori disse que o Douglas deveria falar com o juiz se entendesse que a barreira estava fora da distância regulamentar. Mas vamos pensar um pouco: não seria papel do árbitro contar os passos e colocar a barreira no lugar correto? Se o árbitro fizesse seu papel, ninguém precisaria alertá-lo desse tipo de coisa. E vou além, eu estava no 4º anel da arquibancada da Arena ontem e, lá de cima, vi claramente que a barreira estava, no máximo, há 7 metros da bola. Ainda acrescento neste relato que, diferentemente do que os "especialistas" estão dizendo, o Douglas, por duas vezes tentou argumentar com o árbitro sobre a distância, e foi duramente advertido pelo cara do apito. Se falasse novamente, certamente levaria um cartão amarelo. E daí, sabem o que diriam os "gênios"? Que jogador tem que jogar bola e não pode reclamar, e toda aquela ladainha que só os ditos jornalistas são capazes de despejar em seus microfones e páginas. As consequências desta falta sabemos: A bola pegou na barreira, sofremos um contra-ataque e levamos o primeiro gol. Agora me digam, com sinceridade, será que se o juiz tivesse feito seu trabalho, o desfecho não poderia ser diferente?

Mas vamos adiante. Ontem, o jogo ficou parado quase 50% do tempo total. Só em atendimentos a jogadores do São Paulo, calculo que foram 10 minutos de paradas. Os jogadores caiam feito folhas das árvores. O jogo era interrompido, a maca entrava, deslocava o jogador até a linha lateral e, como que por milagre, o jogador se levantava imediatamente e pedia para entrar novamente. Isso não ocorreu apenas uma vez. Sabem o que o juiz fez? Isso mesmo, deu de ombros.

Estes dois exemplos de ontem, podem ser aplicados em quase todas as partidas no Brasil. Os árbitros são ruins. Una-se a ruindade deles, alguns "interesses" que, eventualmente, precisam ser atendidos e temos a fórmula perfeita para que resultados de partidas sejam modificados, fazendo com que nós torcedores sejamos tomados por esse sentimento de que estamos sendo assaltados a cada rodada.

O Grêmio, na figura de seu presidente, tem atuado fortemente nesse sentido, propondo diversas mudanças no cenário nacional. Porém, estranhamente, parece que não é interesse de alguns que as coisas mudem. Inclusive, creio que manter as coisas como estão seja benéfico para os caciques do futebol no Brasil. Mas deve ser mania de perseguição minha, segundo dizem alguns jornalistas. Somos chamados de passionais, como se isso fosse sinônimo para “burros”. Mas proponho que mudemos a aplicação deste sinônimo para “comentarista de futebol” ou “comentarista de arbitragem”, pois é o que me parece na maioria das vezes, com raras exceções.

 

PS: Já que elenquei os jornalistas que, na minha opinião, são profissionais de qualidade discutível, também quero fazer menção honrosa àqueles que fazem um belo trabalho. E quando os elogio, afirmo que não se tratam de jornalistas “chapa-branca”, que dizem o que o povo quer ouvir. Bem pelo contrário. São caras que possuem seus pontos de vista, contrários ou não ao que pensamos. Porém, e para mim é o principal, tratam seus ouvintes/leitores/telespectadores com respeito, que deveria ser o preceito basilar (de ambas as partes) neste tipo de relação. São eles: Luciano Périco, Carlos Guimarães, Igor Póvoa, Rafael Serra, Eduardo Gabardo, o pessoal do site Impedimento, o João Vitor Ferreira, Marco de Vargas, o Luciano Potter, o PVC, e todo aquele que respeita aqueles que lhes dão audiência.

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