sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Para refrescar a memória

O nome Sinara Polycarpo Figueiredo lhes diz alguma coisa? Não? Vou refrescar a memória de vocês: Sinara era a Superintendente de Investimentos do Santander até meados do ano passado, quando foi demitida sumariamente, devido à publicação de uma carta aos investidores do Banco, contendo previsões nebulosas sobre o futuro do país, caso, a então candidata a reeleição Dilma Rousseff, obtivesse sucesso no pleito vindouro.
Inclusive, o falastrão Luis Inácio, ao tomar conhecimento de tal documento, desenvolvido por uma equipe de economistas, através do uso de metodologias amplamente aceitas, e utilizando-se de projeções de cenários no mínimo plausíveis para o momento, foi aos microfones pedir a cabeça da economista, dizendo "que ela não entendia porra nenhuma de Brasil".
Passado pouco mais de um ano de tal fato, a Justiça do Trabalho condenou o Santander a pagar 450 mil reais à Sinara, como indenização por sua demissão arbitrária e exposição negativa de seu nome na mídia. Tenho a lamentar que foge da alçada da Justiça do Trabalho condenar também Luis Inácio, que do alto de sua soberba e estupidez incitou sua demissão e tentou denegrir a imagem de uma profissional que, até onde sei, sempre foi séria e era reconhecida por isso no mercado.
Pena que não haja a previsão de dispositivo legal que puna a sra. Dilma e Luis Inácio pelas mentiras que contaram ao povo - principalmente aos anestesiados por benesses populistas - durante a campanha de 2014. 
É lamentável ser chamado de golpista, por cobrar destes pulhas que eles cumpram com suas promessas de campanha. Ser chamado de conspirador pelos mesmos incautos que distribuíram falácias e acusações no último período eleitoral.
Lembro claramente que disseram que não aumentariam impostos. O que ouço hoje é que estão tentando de todas as formas trazer à vida a falecida "CPMF". Os programas sociais, tão elogiados e saudados pelos "partizans", e utilizados amplamente como argumento pelos governistas para sua "massa de manobra", estão à beira da ruína, pois não estimularam o crescimento das pessoas para que elas fugissem da condição de "bolsistas". Se perderem seus programas sociais, não terão nada, pois não era parte do “plano de governo” incentivá-las a alterar sua condição.
Perdemos o grau de investimento. Luis Inácio correu aos microfones imediatamente para bradar que isso não significou nada. Porém, em 2008, quando recebemos o grau, o mesmo Luis Inácio foi aos microfones da nação exultar tal feito. Para ajudar, segue a declaração Ipsis Litteris: "Agora o Brasil é considerado um país sério por parte dos investidores estrangeiros", disse, na época. O que mudou, Luis Inácio? Ou contava que o programa populista de governo causasse amnésia em todos no país, nos fazendo esquecer de suas mentiras e manobras?
Este texto não tem viés político algum. Não acho que o impeachment seja a solução para o momento, a não ser que se obtenha prova cabal de que a presidente cometeu algum dos crimes elencados no rol de crimes passíveis de punição por este instrumento. Escrevi muito mais no intuito de "refrescar" a memória de alguns que, de uma hora para outra, decidiram se calar diante do buraco negro em que o Brasil está caindo. Ou será que a amnésia, foi além da perda seletiva de memórias e apagou, também, a capacidade que alguns falastrões tinham antes de 2014 de proferir impropérios contra quem ousasse discordar? 
Se eu fosse médico, começaria a dedicar minha carreira ao estudo desta nova – e curiosa – patologia, pois vejo nela grande potencial para atingir, quem sabe, um Prêmio Nobel, ou algum grau de investimento de agências de rating.

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